Racionalismo & Empirismo
- Consulte Júnior
- 24 de abr. de 2018
- 3 min de leitura

Segundo Alan Francis Chalmers, autor do livro “O que é Ciência afinal?” um paradigma é composto de suposições teóricas gerais e de leis e técnicas para a sua aplicação adotada por uma comunidade científica específica. E o embate entre racionalismo e empirismo divide opiniões entre pensadores, estudantes e pessoas dispostas à análise do tema.
O racionalismo é uma teoria filosófica bastante intrigante que discorre e apresenta fatores importantes para um bom andamento da sociedade em geral, prega que a razão é a base para todos os conhecimentos e que o mesmo deve ser priorizado acima de todos os outros.
Nas suas vertentes as hipóteses podem ter três tipos para extração do seu significado e para se chegar a uma solução correta, ou seja, a proposição se caracteriza como: falsa, verdadeira ou provável. Sendo a mesma verdadeira se a hipótese em questão estiver coerente com o fato, a partir da seguinte expressão podemos observar essas três características: “Eu nunca trabalho as segundas-feiras.”. A expressão, contudo será verdadeira se a pessoa não trabalhar nas segundas-feiras, mas será falsa se, por exemplo, ela precise trabalhar, sendo provável que o fato ocorra ou não.
O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa da origem do universo.
Com a razão são advindos o conhecimento e o juízo moral que juntos buscam trilhar um caminhão que para alguns estudiosos da área seja o caminho para o alcance da verdade. Sendo aceita para eles a verdade inata, ou seja, a verdade que faz parte do indivíduo desde o nascimento. E, no entanto, é necessário haver experiências no mundo para assim se obter um conhecimento puro. A partir de experiências pode-se obter um senso mais apurado e uma maior agilidade para resolução de problemas que venham aparecer, assim como apreender. Um exemplo de gênio a ser citado é Albert Einstein que apesar das dificuldades da jornada não desistiu de tentar e encontrou soluções inimagináveis até hoje.
Um dos métodos de análise e busca dessa corrente filosófica é o método dedutivo. E um dos mais importantes pensadores desse período e influentes até o presente momento é René Descartes que obteve grande conhecimento através da divulgação do método cartesiano que indica que só é possível chegar ao conhecimento da Verdade através da razão do ser humano. O mesmo afirma que podemos perceber através dos sentidos alguns princípios/ideias, pois existem em nós, mas não significa que provém dos sentidos.
E sua celebre frase, do livro O discurso sobre o método: “Penso, logo existo” demonstra que para ele a razão era importante, pois o pensamento não é um modo brusco ou um sentimento, mas pensar é uma tarefa mais difícil do que parece ser, retomando assim ao conhecimento inato.
Em contraste ao racionalismo tem-se o empirismo que defende a teoria de que o conhecimento só é advindo com as experiências humanas e/ou sensoriais como únicas pela formação de ideias para seus pensadores a sabedoria é adquirida pelas percepções. O filósofo inglês John Locke que defendeu a ideia de que a mente humana é uma folha em branco, onde estão propensas a serem escritas e transformadas. Por isso, não reconhece a existência de ideias natas, nem do conhecimento universal. A verdade própria é a que interessa.
Nessa corrente, o método utilizado é o indutivo ratificando que ciência como conhecimento só pode ser derivada a partir dos dados da experiência. E a partir disso surgiu a metodologia científica. Filósofos associados com o empirismo incluem o grande Aristóteles, Francis Bacon, John Locke, David Hume, Nicolau Maquiavel, entre tantos outros.
Enquanto as ciências exatas são mais adeptas ao racionalismo, as ciências experimentais se aproximam do empirismo. Para mim tanto o racionalismo quanto o empirismo são métodos valiosos de estudo, porém sigo a corrente racionalista, baseando-me nos preceitos e ensinamentos de René Descartes, não se pode aceitar um fator como verdadeiro, sem antes buscar maneiras de prová-lo e conseguir tal fato. Muitos hoje em dia, se baseiam a partir de experiências de outrem e não se arriscam para viverem suas próprias experiências de vida. Também assim como uma escada, deve-se subir degrau por degrau para que não haja quedas/falhas no processo, ou seja, o conhecimento é obtido aos poucos, dos mais simplicistas para os mais compostos. Posso eu sentir fome - por ser um sentimento encaixar-se-ia no empirismo, porém só saberei que o alimento é necessário para ser satisfeita a minha condição a partir do conhecimento racional, ou seja, a razão, o racionalismo.
Comments