O mercado é um verdadeiro desafio para qualquer empreendedor. Isso se confirma pelo alto nível de competitividade nos setores econômicos, progressões tecnológicas constantes e consumidores cada vez mais exigentes. Todos esses fatores contribuíram para que os gestores passassem a adotar medidas de qualidade que diferenciassem os bens e serviços produzidos por suas empresas, a fim de garantir a dianteira na corrida competitiva do mercado. Assim, a gestão da qualidade dentro de um empreendimento se tornou, ao longo do tempo, uma verdadeira obrigação empresarial para assegurar a satisfação dos clientes e a garantia de valor da produção.
Para estabelecer um conjunto de prescrições que orientassem a execução de uma determinada atividade, na intenção de obter um nível ótimo dentro de um dado processo, em 1947, foi criada a Organização Internacional de Padronização (International Organization for Standardization), mundialmente conhecida como ISO. Suas diretrizes têm validade mundial, tendo sido aprovadas por meio de um consenso global para auxiliar na quebra das barreiras do comércio internacional e no desenvolvimento de especificações que visam melhorar a eficiência na produção de bens e serviços.
Os recursos humanos de uma empresa consistem no conjunto de empregados ou colaboradores da organização. Desde o início da Revolução Industrial, em 1760, até os dias atuais, a presença e a valorização da mão-de-obra recursos humanos de uma empresa se revelaram fatores extremamente importantes para garantir os altos níveis de adequação dos produtos e serviços às exigências dos clientes. A produtividade, caracterizada pela relação entre a quantidade produzida de um dado bem ou serviço e os insumos necessários para a produção destes, também é diretamente afetada pela qualidade. Isso porque, quanto mais bem qualificada for a mão de obra de uma organização, maiores tendem a ser os seus níveis de produtividade. De acordo com José Carlos de Oliveira Lima, presidente do Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), "as empresas sempre estarão em busca de melhorar as suas condições de competitividade no mercado e se prepararem para o crescimento do país. Isso também passa pela qualificação da mão de obra, consequente produtividade e qualidade no produto final”.
A importância dos recursos humanos na garantia da qualidade dos produtos e serviços produzidos por uma empresa é notável. A chave para assegurar que a produção atenda as preferências do consumidor parece estar em um sistema de gestão de qualidade assertivo, que seja responsável por: 1) melhorar a organização interna da empresa; 2) proporcionar agilidade nos processos; 3) aumentar a rentabilidade dos negócios; 4) elevar a satisfação dos clientes; 5) conquistar parceiros comerciais; e 6) fazer com que a organização se sobressaia no mercado, frente aos seus concorrentes.
Os funcionários são a alma da empresa, sendo parte responsável do seu sucesso, uma vez que eles trabalham para adequar os produtos e serviços ao uso do consumidor final, atuando como peças-chave na construção do processo de qualidade. Nesse sentido, o gestor deve proporcionar capacitações periódicas para os seus colaboradores, a fim de desenvolver e potencializar as habilidades e competências deles. Um exemplo de sucesso no uso dessas práticas é o Google, que adota um modelo de Gestão de Pessoas baseado na flexibilização, colaboração e capacitação constante dos seus funcionários. Este modelo exemplar, rendeu à gigante da tecnologia o título de “Melhor empresa dos EUA para se trabalhar”, por seis vezes consecutivas, pela revista Fortune.
Gerir a qualidade de um negócio depende diretamente das pessoas que fazem parte da empresa e de como elas exercem as suas funções. Nessa perspectiva, investir em capital humano é uma ação que impacta positivamente no resultado e na produtividade do empreendimento. Além de um diferencial no mercado, a Gestão de Qualidade passou a ser uma prática necessária em todas as empresas que anseiam por sucesso. Este êxito é embasado por um conjunto de ações que vão desde o bom atendimento ao cliente até a entrega do produto final ou serviço prestado. Por esse motivo, é importante contratar pessoas que estejam dispostas a aprender e a aprimorar as suas habilidades, através de treinamentos e cursos propostos pela própria empresa, a fim de contribuir para a formação constante dos seus funcionários, obtendo, consequentemente, melhores resultados na produção e a satisfação dos clientes.
Carlos Alberto dos Santos da Silva
Consultor de Projetos [ Consulte Jr - UEFS]
Referências:
ANHOLON, Rosley; ZOQUI, Eugênio José; QUELHAS, Osvaldo Luiz Gonçalves; NOVASKI, Olívio. Sistema de gestão de qualidade para micro e pequenas empresas. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão, v. 12, n. 3, p. 362-376, 2017.
CAROLINO, Juliana de Oliveira. Gestão da qualidade nas pequenas empresas. Artigo de pós-graduação em Gestão da Qualidade. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2013.
CROSBY, Pilip B. Qualidade é investimento. Rio de Janeiro: Jose’Olimpio Editora, 1985.
GOING GREEN. Mão de obra qualificada gera mais produtividade e menos custos. Publicado em: 20 dez. 2018. Disponível em: <http://goinggreen.com.br/2018/12/20/mao-de-obra-qualificada-gera-mais-produtividade-e-menos-custos/>. Acesso em: 14 set. 2020.
LOPES, Janice Correia da Costa. Gestão da Qualidade: Decisão ou Constrangimento Estratégico. Dissertação de Mestrado em Estratégia Empresarial. Lisboa: Universidade Europeia Laureate International Universities, 2014.
OLIVEIRA, Otávio J. Gestão da Qualidade: Tópicos Avançados. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.